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Puxado pela agricultura, NE deve crescer mais que o país em 2017

A recuperação das lavouras, especialmente as de grãos na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) pode fazer a economia do Nordeste voltar a crescer acima da média nacional em 2017, após dois anos de recessão mais forte do que no restante do país. No médio prazo, no entanto, esse descolamento do Nordeste não deve perdurar. A região deve pagar a fatura dos cancelamentos e adiamentos de grandes investimentos públicos e privados.

Considerando projeção de crescimento de 0,7% no PIB brasileiro, a Tendências Consultoria prevê uma melhora de 2% na economia nordestina, puxada pelo setor agropecuário. Os prognósticos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam crescimento de 70,6% na produção agropecuária do Nordeste. No país, a alta será de 17,4%.

"Não é que a seca acabou na região, pois a estiagem permanece forte no Semi-árido, mas houve chuvas regulares e melhore condições climáticas nas maiores regiões produtoras como o Cerrado nordestino", afirma o economista Wendell Márcio Araújo Carneiro, do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste (BNB).

O crescimento ocorrerá sob uma base de comparação muito fraca. O setor agropecuário encolheu 24% no Nordeste no ano passado, com impacto negativo do desempenho dos Estados maiores produtores. No Maranhão, o recuo foi 30%, no Piauí, mais de 50% e, na Bahia, de 24%.

Camila Saito, economista da Tendências, diz que a agropecuária representa 6,3% da economia nordestina, enquanto no restante do país a fatia do setor no PIB é ligeiramente menor, de 5%. "Embora em ambos os casos a representação do setor no PIB seja pequena, o crescimento previsto para a safra deste ano é muito elevado e deve conduzir o melhor desempenho da economia nordestina", avalia.

A Conab prevê uma melhora de 82,7% no rendimento das lavouras nordestinas, com um aumento de 4,8% da área plantada. As culturas mais atrativas para a safra deste ano, segundo a entidade, foram o milho e a soja. Carros-chefe da região do Cerrado nordestino, também conhecida como Matopiba, essas culturas registraram aumento dos preços e das exportações. Por conta disso, no caso da soja, houve elevação de 11,9% da área plantada.

Com o milho, o crescimento da área plantada foi menor, de 2,5%, mas houve um incremento de quase 70% na produtividade, embora ainda se mantenha mais baixa do que em outras regiões do país, onde são aplicadas tecnologias de plantio mais avançadas.

A super-ressaca do consumo nos últimos dois anos fez a economia do Nordeste amargar recuo de 4,7%, enquanto no Brasil a retração foi de 3,7%, segundo a Tendências. A indústria da região sofreu um pouco menos que o restante no país, mas o comércio, que tem grande representatividade no PIB nordestino, despencou. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, as vendas no varejo da região encolheram 10,5% no ano passado, acima dos 8,7% registrados no Brasil.

Mais dependente das transferências governamentais, a região foi prejudicada pela queda, em termos reais, da massa de renda do Bolsa Família a partir de 2014. O volume de recursos do programa para o Nordeste vinha crescendo 12%, na média por ano, entre 2009 e 2013.

O horizonte de permanência do menor volume de transferências governamentais se soma a uma extensa lista de cancelamentos, ou adiamentos, de investimentos de porte programados para a região. Houve cancelamento das refinarias da Petrobras no Ceará e no Maranhão e, até agora, a segunda fase da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não saiu do papel.

Também em Pernambuco, o Estaleiro Atlântico Sul tenta se recuperar do cancelamento de encomendas da Petrobras e o grupo Bolognesi, em dificuldades financeiras, negocia a venda do contrato para construir uma usina termelétrica que seria em Suape. Na Bahia, a JAC Motors adiou o início da fabricação de carros e a ferrovia Transnordestina está no momento paralisada, após o Tribunal de Contas da União (TCU) bloquear novas injeções de recursos na obra por parte do governo.

Raul Henry (PMDB), vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, diz que percebe uma volta da confiança do empresariado, embora nenhum novo investimento privado de grande porte tenha sido anunciado nos últimos meses.

Segundo o secretário, um novo impulso para a economia pernambucana, uma das que mais sofreu por conta crise na Petrobras, depende da execução de uma agenda de investimentos, que inclui concessões rodoviárias e o início da segunda fase da Abreu e Lima. Ele aposta ainda na possibilidade de novo leilão de energia firme no segundo semestre, que pode atrair uma nova térmica para Suape.

Diante das incertezas que pairam sobre os investimentos no Nordeste, a Tendências calcula que o PIB da região deve avançar 2,9% ao ano, na média, entre 2018 e 2026, resultado praticamente igual ao do país, que deve crescer 2,6% ao ano, no mesmo período.

"Tínhamos uma previsão mais otimista para o Nordeste no passado, mas o adiamentos e suspensões de projetos importantes na região nos fizeram revisar nossas estimativas para baixo", afirma Camila, da consultoria.

No médio prazo, a região Nordeste deve perder protagonismo para o Norte, onde a atividade econômica deve ser impulsionada por um novo boom da mineração no Pará. Em Canaã dos Carajás (PA), o projeto S11D, da Vale, já recebeu licença para operar. Os investimentos somam US$ 14,3 bilhões, ou R$ 43,7 bilhões. Além disso, há uma expectativa para concessão do Porto de Sirinhaém, também no Pará.

Segundo a Tendências, a região pode crescer 3,7% na média entre 2018 e 2026. A região Centro-Oeste, impulsionada pela melhora da infraestrutura de rodovias, deve vir logo atrás, com crescimento de 3,5% do PIB, média, no período.



Fonte: Valor Econômico

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