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PETROBRAS QUER VENDER DIESEL VERDE COPROCESSADO COM ATÉ 7% DE CONTEÚDO RENOVÁVEL

A empresa enfrenta resistência no mercado: o setor alega o biocombustível, amplamente produzido no país, seria mais sustentável do que o proposto pela Petrobras

A Petrobras planeja comercializar diesel coprocessado com óleos vegetais com percentual de 5% a 7% de conteúdo renovável, mas ainda aguarda avanço de regulação que permita a iniciativa, afirmou nesta quinta-feira o diretor-executivo de refino e gás natural, Rodrigo Costa.

O primeiro marco da empresa nesse sentido foi a realização de testes na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, onde a empresa tem potencial para produzir cerca de 2,3 mil barris por dia (bpd) de diesel coprocessado.

"Agora o desafio é a gente iniciar a etapa comercial dessa produção e adicionar esse produto do diesel com conteúdo renovável na ordem de 5% a 7% de conteúdo renovável na nossa carteira de vendas", disse Costa, em uma coletiva de imprensa sobre o novo plano estratégico da companhia.

"O segundo passo vai depender da evolução regulatória, onde a gente precisa avançar com o reconhecimento do diesel renovável dentro dos mandatos referentes ao diesel."

A regulamentação para novos tipos de combustíveis renováveis, além do biodiesel --amplamente produzido no país-- está atualmente em estudo pelo governo federal.

A indústria petroleira tem defendido que novas regras permitam a inserção do diesel coprocessado nos mandatos de mistura obrigatória no diesel comum, para a venda nos postos de combustíveis, permitindo a possibilidade de emitir créditos de descarbonização (CBios).

A Petrobras, no entanto, enfrenta resistência no mercado, uma vez que o setor de biodiesel alega que o diesel coprocessado não pode ser comparado ao biocombustível, que é 100% feito a partir de produtos renováveis.

Para adiante, a empresa planeja ainda iniciar o coprocessamento na Refinaria de Paulínia (Replan), com partida em junho de 2024, com capacidade de 3,3 mil bpd, e na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em dezembro do mesmo ano, com 6,9 mil bpd, ambas em São Paulo.

Em um prazo mais longo, a empresa estuda iniciar a produção de uma unidade com 100% de carga renovável, com partida prevista para 2027.

Os comentários foram feitos durante a apresentação do plano de negócios da empresa para o período de 2022 a 2026, que prevê investimentos de 68 bilhões de dólares.

A empresa destacou que capex 2022-26 inclui montante 1,8 bilhão de dólares em projetos relacionados a iniciativas de descarbonização das operações.

(Por Marta Nogueira)


Fonte: Reuters

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