"É absurdo!": Ministro e lideranças repudiam importação de etanol de milho
Andréia Moreno, da redação do JornalCana
"Acho isso um absurdo", essa foi a resposta dada pelo ministro da Agricultura, Antonio Andrade, nesta quarta-feira (22/01), durante reunião do setor sucroenergético nacional e com representantes da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), ao questionar a permissão do governo federal de importar etanol de milho para o mercado nordestino, com isenções fiscais.
Por ser um assunto de responsabilidade total da Agência Nacional do Petróleo, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energias, diz nada poder fazer diante da questão, mas agendou a reunião.
Para Renato Cunha, presidente do Sindaçucar de Pernambuco, atuante na liderança das usinas da região, o Brasil não precisa de etanol importado pois a oferta, por parte dos produtores, de 27 bilhões de litros prevista para esta safra, atenderia e atende a demanda nacional. "Chegamos a exportar nessa safra atual, mais de 2,28 bilhões de litros e a produção de etanol do país cresceu 19,2% versus a safra passada, que produziu apenas cerca de 23 bilhões de litros", revela.
Segundo ele, a região Nordeste deverá produzir, fruto das duas últimas secas, menos de 2,2 bilhões de litros, ou cerca de 1,9 bilhões. A demanda é em torno de 2,4 bilhões e com a região Norte chega a 3 bilhões. "As duas regiões, anualmente, têm o complemento de abastecimento por meio da safra, em época complementar do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Esses estados são forçosamente transferidores de etanol para outros mercados, pois não consomem tudo que produzem", diz.
Fontes confirmam que pelo menos um navio com etanol americano deverá chegar à região a cada 45 dias em 2014. A expectativa é de que entre janeiro e abril devam entrar no país de 80 milhões a 100 milhões de litros de etanol americano. "O primeiro navio, trouxe 12 milhões de litros de etanol de milho produzido nos Estados Unidos", diz uma das fontes.
Açúcar pode custar mais em 2014
Patricia Barci, de Ribeirão Preto
De acordo com dados do Grupo de investimentos Rabobank o excedente mundial de açúcar está em 2,5 milhões de toneladas e se manterá em níveis elevados até setembro de 2014.
A análise sugere também que os preços mundiais podem aumentar nos próximos meses. Especula-se que os preços do açúcar podem receber algum apoio de produtores brasileiros de açúcar e etanol durante a temporada de moagem, assim como, fatores políticos e econômicos na Índia e no México, a valorização do dólar nos EUA , além de um volume menor de importação de açúcar na China em 2014, também podem influenciar na alta dos preços.