USINAS LISTADAS PRATICAMENTE DOBRAM ESTOQUE DE ETANOL NO 1º TRI DA SAFRA 2018/19
Usinas brasileiras com ações listadas em bolsa fecharam o primeiro trimestre da safra 2018/19 com estoque de etanol quase duas vezes maior na comparação anual, dada a estratégia de carregar o produto para comercialização futura, enquanto as reservas de açúcar também cresceram sensivelmente em razão de exportações enfraquecidas pelo país.
Dados compilados pela Reuters mostram que Biosev, São Martinho e Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, detinham em 30 de junho 1,33 bilhão de litros de etanol estocado, 88 por cento mais ante o observado em igual data de 2017.
Enquanto impulsionam a fabricação para atender ao forte consumo interno de etanol, as usinas também estão guardando mais para vender na entressafra de cana, quando os valores do renovável são sazonalmente mais altos.
Em seu balanço trimestral, divulgado nesta semana, o Grupo São Martinho, com quatro unidades em São Paulo e Goiás, citou a estratégia de carregar estoques como uma das razões para o lucro menor no trimestre.
"Teremos até o final da safra aproximadamente 980 mil metros cúbicos (980 milhões de litros) de etanol para comercializar --tal quantidade representa 87 por cento da produção total do ano", afirmou a companhia.
O mesmo disse a Biosev, segundo maior grupo sucroenergético do mundo, que apresentou o maior incremento nos estoques de etanol dentre as três empresas: 270 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 233 milhões de litros.
O analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, afirmou que a estratégia faz sentido graças ao consumo fortalecido e à melhor paridade entre etanol e gasolina em sete anos, mas não descartou riscos.
"Os estoques estão muito altos e vai depender de como a demanda vai reagir quando os preços começarem a subir... Se quando essa alta de preço acontecer, se vai ter demanda suficiente para garantir o consumo dos estoques, é isso o que precisaremos saber", disse.
AÇÚCAR/CEPEA: INDICADOR DO CRISTAL REGISTRA QUEDA EM SETE DIAS
Os preços do açúcar cristal registraram pequenas oscilações no mercado paulista na semana passada, de acordo com pesquisas do Cepea. Tanto no início quando no fim da semana, as cotações caíram, período quando foram captados negócios envolvendo maiores quantidades do açúcar cristal.
No meio da semana, os valores se sustentaram, mas o volume captado nas negociações foi menor.
Esse cenário confirma que as usinas paulistas se tornam mais flexíveis em baixar os valores de suas ofertas quando compradores consultados pelo Cepea buscam maiores quantidades. Mesmo com as projeções para esta temporada de 2018/19 indicando menor produção de açúcar, a demanda não tem mostrado sinais de aquecimento.
De 23 a 30 de julho, o Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ cor Icumsa de 130 até 180 caiu 1,19%, indo a R$ 59,79/saca de 50 kg no dia 30.
Fonte: CEPEA
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