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PREJUÍZOS ANUAIS COM O COMPLEXO DE PRAGAS DA CANA PODEM CHEGAR A R$ 10,86 BILHÕES

A cana-de-açúcar é diariamente atacada por mais de 1.300 espécies de insetos ao redor do globo. No Brasil, a estimativa é que existam cerca de 30 pragas chave com elevados índices de dano econômico, espalhadas em mais de nove milhões de hectares. Pragas que, caso não controladas, podem causar um prejuízo anual ao setor de R$ 10,86 bilhões.

Entre as principais, destacam-se a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), a cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), o Sphenophorus levis e os nematoides. “Juntas, essas pragas estão dizimando os canaviais por onde passam, pois são perigosos adversários da produtividade agrícola. Agem em silêncio durante as 24 horas do dia e se multiplicam em espantosa velocidade, sendo que, quando nos damos conta, já tomaram parte da produção e comeram os lucros”, afirma o consultor Dib Nunes Jr., presidente do Grupo IDEA.

Segundo ele, nos últimos anos, a infestação de pragas da cana aumentou drasticamente, resultado de vários fatores, como novo ambiente de produção (com a extinção da queima pré-colheita); formação de canaviais com mudas infestadas e corte nos investimentos em monitoramento e controle em decorrência da crise instaurada no setor. “Aumentar a produtividade é condição básica para quem quer ter o caixa no azul. Dessa forma, não dá para negligenciar o controle de pragas.”

FIM DE CRISE NO SETOR AÇUCAREIRO DESPERTA DÚVIDAS

Mergulhado em uma crise histórica, com os preços muito baixos, o setor açucareiro prevê uma melhoria para o fim de 2019, mas o alcance da recuperação divide o mercado.

- Por que os preços caíram?Dois fatores principais levaram à queda dos preços. O fim das cotas europeias de açúcar em outubro de 2017 e o consequente aumento da produção levaram o mercado europeu a ter um excesso de oferta. Além disso, especialistas destacam que dois grandes produtores também ampliaram a quantidade de mercadoria disponível no mercado mundial desde 2017 e 2018.

O primeiro é a Índia, que produzia entre 22 milhões de toneladas (Mt) e 28 Mt, e "nos últimos anos (produz) 32 Mt, 33 Mt", explica Xavier Astolfi, diretor adjunto do grupo Cristal Union, segundo maior do setor açucareiro francês.

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